Aedes Aegipty

o acaso é uma pistola
que atira no alumínio do destino

e acerta no menino ferrão mosquito
a picada febre do fim da picada

o acaso é causado e descabido
na água parada a pedra no caminho

tão querendo nos fazer de acaso
mas água parada, há mais que vizinhos

há mais água que gente no mundo
a gente é feito de água

o acaso é um tiro sem arma
posto que a pólvora é a natureza

e a natureza é a mãe do acaso
uma pistola que nos acerta por acaso

uma picada que fisga a qualquer preço
um apreço um esforço um esboço

tudo é acaso, meu bem, acaso
meu povo precisa de menos culpa
e mais remédio.

Um comentário:

Pó & Teias disse...

Que bela poesia, Cadu!
O acaso é um tiro sem arma é um verso genial!
Parabéns!