o acaso é uma pistola
que atira no alumínio do destino
e acerta no menino ferrão mosquito
a picada febre do fim da picada
o acaso é causado e descabido
na água parada a pedra no caminho
tão querendo nos fazer de acaso
mas água parada, há mais que vizinhos
há mais água que gente no mundo
a gente é feito de água
o acaso é um tiro sem arma
posto que a pólvora é a natureza
e a natureza é a mãe do acaso
uma pistola que nos acerta por acaso
uma picada que fisga a qualquer preço
um apreço um esforço um esboço
tudo é acaso, meu bem, acaso
meu povo precisa de menos culpa
e mais remédio.
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Um comentário:
Que bela poesia, Cadu!
O acaso é um tiro sem arma é um verso genial!
Parabéns!
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