Foto Grafia P.XV

o que vai restar do amor
quando chegar ao fim
a beleza que existe no amar?

e a beleza que há
em compartilhar belezas
que não se fundamentam no tempo
quiçá na memória saudosa
do caminhar e do namorar e acarinhar

quando tudo for fim
o amor se sustentará pelo medo
da solidão?

talvez sim
mas e se for pouco?

a perfeição dos corpos
é a tolice de uma modernidade
retrógrada e infeliz

onde está a saúde
de nossos sentimentos?

cadê a definição perfeita
para o que sentimos
e a força que emana da fé
em viver de amor?

esquecemos
de malhar os olhos
para apurar os sentidos

e continuamos feito cegos
enxergando o básico
discernindo o feio do bonito
pela ótica da burrice

o que faremos
quando perdermos
a capacidade de amar
em silêncio e no escuro?
quando o corpo
não mais for suporte
à qualquer fantasia

ainda há de restar
ao menos
poesia?

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porque os versos
possuem fins discretos

são como meros fetos
que crescem e se desenvolvem
alimentados pelo amor umbilical

nem idade nem tamanho
o amor que move as rimas
é aquele que nos ronda as sinas
e nos faz amar sem saber

quando as rugas tomarem o rosto
e a velhice se encarregar do resto
quero saber onde todos buscarão amor

encontrar na arte
é se arriscar na sorte

amar assim é corte

solidão em trilha de aplausos
por entre elogios perdidos

eis aqui um salva vidas
que flutua no transalmático
do egoísmo

quando a maré levar
o vai e vem da puberdade
e as ondas de desamor não tiverem pés
o socorro existe
existe amor

pelo menos enquanto
existir a dor de doer
presente na insanidade
do marinheiro-poeta
que se encoraja
na sinceridade de um mar
chamado amor.

3 comentários:

Anônimo disse...

ADOREI!

Anônimo disse...

Jura que eu tenho que estudar pra prova unificada de quarta? Só passei pra desanuviar. Beijo

Maria Amélia disse...

Nossa!
Nossa!

Meu bem, eu não consigo dizer nada.
Deixo-te o meu silêncio, então.
Mas digo, ainda, que li e reli em voz alta.

:)